Em menos de uma semana, pelo menos duas declarações do
governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), revelam uma estratégia traçada
para “desenhar” o cenário eleitoral de 2014. O objetivo é simples: reeditar a
disputa de 2010 entre o tucano e o peemedebista Iris Rezende, a quem a
estratégia também agrada. Os dois creem que a melhor chance para ambos está em
se enfrentarem mais uma vez nas urnas – a terceira.
À coluna Giro do jornal O Popular desta segunda-feira (22),
assinada pela jornalista Karla Jaime, Perillo deixa evidente sua preferência
por enfrentar Iris ao afirmar que, se desistir da disputa, “ele (Iris) fica
muito forte”. A declaração ao Giro reforça a opinião já manifestada pelo
governador de que, se Iris se lançar mais uma vez, não lhe restaria alternativa
a não ser ir para o confronto como arquirrival.
Perillo tem lançado mão de declarações retóricas para
estimular a discussão em torno da polarização com Iris. Primeiro, disse ser
quase impossível concorrer à reeleição. Agora, sugere que ambos deixem de
disputar, para atender a uma necessidade de renovação manifestada pelo
eleitorado na pesquisa Serpes/O Popular do último dia 16.
Ao lançar a desconfiança, o governador, ao contrário do que
poderia parecer, estimula a discussão sobre a necessidade da recandidatura dentro
da própria base governista, que até agora não apresentou nomes com densidade
eleitoral. À unanimidade, líderes aliados reforçam que, sem Perillo, não há
salvação aparente.
Entre os adversários, porém, as negativas do tucano geram um
efeito adverso. A hipótese do lançamento de outro nome nas últimas horas para a
definição de candidaturas pode deixar a oposição sem tempo para reagir. Mas há
que se concluir que, inversamente, uma novidade no campo oposicionista também
povoa os temores aliados.
Por essa razão, através de raras declarações próprias e na
contumaz militância da mulher, a deputada federal Iris Araújo (PSDB), o
peemedebista adotou a estratégia de estimular a polarização. Nas redes sociais,
um exército de apoiadores nas redes sociais elegeu Perillo como alvo, com
críticas duras e contumazes.
Mas não só ele. Os petardos caem também sobre aqueles que,
nas hostes peemedebistas e petistas, fazem a mínima menção sobre a
possibilidade de renovação, como aconteceu como prefeito de Aparecida de
Goiânia, Maguito Vilela, que foi chamado de frouxo por Dona Iris.
Em síntese, Iris e o tucano têm um acordo extraoficial para
costurar um cenário que os apresente mais uma vez como possibilidade exclusiva
no ringue na disputa governamental.
Os nomes apresentados na pesquisa Serpes aparentemente não
incomodam aos dois líderes. Se o levantamento mostrou que o eleitor quer
renovação, esse desejo não ficou evidente nos índices obtidos por nomes que
poderiam preencher essa lacuna: Vanderan Cardoso (PSB), Ronaldo Caiado (DEM),
Antônio Gomide (PT), Júnior do Friboi (PMDB) e Paulo Garcia (PT).
O temor de ambos é que possa surgir um personagem
completamente fora do palco.
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